Tratamento cirúrgico da doença de Parkinson pela estimulação cerebral profunda


O procedimento tem base na cirurgia estereotáxica, método que possibilita abordar um determinado ponto no interior do cérebro, com mínima lesão na superfície. Assim são implantados os eletrodos cerebrais, fios especiais de material metálico com aproximadamente um milímetro de diâmetro, precisamente em pontos ou alvos específicos, tais como o tálamo, o núcleo subtalâmico, o globo pálido, entre outros. Os eletrodos são conectados a um neuroestimulador, também chamado gerador de pulsos, assemelhado a um marca-passo cardíaco, pouco menor do que uma caixa de fósforos e dotado de uma bateria. Este, em geral, é implantado no peito do paciente, na região subclavicular. Todo o sistema fica discretamente debaixo da pele. Nada fica exposto, sendo apenas sentido ao tocar-se a pele. Quando o sistema é ligado, a estimulação elétrica ativa a extremidade do eletrodo implantado no cérebro, passando a modificar o funcionamento dos neurônios à sua volta.

Com a estimulação, os sintomas motores e algumas manifestações não motoras da doença de Parkinson são reduzidos. O tremor, a rigidez muscular, a lentidão dos movimentos e as discinesias melhoram bastante. O efeito benéfico da estimulação cerebral profunda associa-se à ação dos medicamentos. Assim, o tratamento cirúrgico possibilita para muitos pacientes uma reprogramação e redução da quantidade de medicamentos. Isto é importante porque se pode obter a redução dos efeitos colaterais das drogas, principalmente com o uso prolongado do levodopa, o medicamento mais eficaz.

Em menor grau, a marcha, o equilíbrio, a postura e a fala são beneficiados. Resulta melhora da capacidade física do paciente e de sua independência. Os movimentos e todas as atividades ficam mais fáceis, incluindo para a realização das terapias de reabilitação motora. Em paralelo, melhora o bem-estar, a autoestima, a participação nas atividades com familiares, com os amigos e na sociedade.


Tratamento Neurocirúrgico: Estimulação cerebral profunda para tratamento dos Distúrbios do Movimento

Apresentação dos casos

A história da recuperação dos nossos pacientes.

“C.L.A., 53 anos, doença de Parkinson há 15 anos, quadro rígido-bradiciético severo, períodos acinético. Discinesia extrema com o esquema atual da medicação. Tratamento cirúrgico, implante de estimuladores nos núcleos...”

“C.I.L., 66 anos, doença de Parkinson há 7 anos. Tremor severo bilateral, associado a rogidez muscular. Importante limitação funcional dos membros superiores, mesmo com politerapia em dose plena. Tratamento cirúrgico, implante ...”

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